Primeiras evidências da importância da via RANKL-RANK em cancro da mama hormodependente

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Primeiras evidências da importância da via RANKL-RANK em cancro da mama hormodependente

Sexta, 26.06.2020

Ao longo dos últimos anos, esta equipa do IMM tem estudado a via RANKL-RANK, principal mecanismo regulador da remodelação óssea, e muito importante na terapêutica de doentes com metástases ósseas. Esta via de sinalização celular foi, mais recentemente, implicada na carcinogénese mamária controlada pela progesterona, estando sobretudo associada a mau prognóstico e cancro da mama triplo negativo. Contudo, e apesar das evidências da expressão da proteína RANK também em tumores do tipo Luminal, isto é, com receptores hormonais positivos, o impacto desta proteína na biologia destes tumores, que são os mais frequentes, nunca tinha sido estudado.

Neste estudo demonstram, usando um modelo in vitro, que a expressão da proteína RANK em tumores com expressão de receptor de estrogénios (RE+) e sem amplificação do oncogene HER2 (HER2-), afeta o ciclo celular e diminui a sensibilidade à hormonoterapia. Além disso, as células com sobreexpressão de RANK apresentam um fenótipo estaminal e mesenquimal, com menor taxa de proliferação e menor suscetibilidade à quimioterapia, embora sejam mais invasivas in vivo, em modelo animal. A análise de dois cohorts independentes de tumores mamários humanos, corroborou a associação entre a expressão de RANK, estaminalidade e características mesenquimatosas.

Também estudaram o efeito da exposição continuada a RANKL exógeno, o ligando activador da proteína RANK. Neste caso observámos um efeito de feedback negativo, independente dos níveis de expressão de RANK, levando à regulação negativa dos receptores hormonais e aumento da resistência à terapia hormonal.

Estes resultados sugerem que células de cancro da mama RE+HER2- positivas para RANK podem constituir um importante reservatório de clones resistentes à terapia, independentemente dos níveis de RANK.

 

Autores e Afiliações:

Inês Gomes1, Bernardo P. de Almeida2,4, Sara Dâmaso3, André Mansinho1,3, Inês Correia1, Sara Henriques1, Raquel Cruz-Duarte1, Guilherme Vilhais1, Pedro Félix1, Patrícia Alves1, Patrícia Corredeira1, Nuno L. Barbosa-Morais2, Luis Costa1,3 and Sandra Casimiro1

1Luis Costa Laboratory, Instituto de Medicina Molecular, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal

2Nuno Morais Laboratory, Instituto de Medicina Molecular, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal

3Serviço de Oncologia, Hospital de Santa Maria-CHULN, Lisboa, Portugal

4Current affiliation: Research Institute of Molecular Pathology (IMP), Vienna Biocenter (VBC), Vienna, Austria

 

Abstract:

The role of RANKL-RANK pathway in progesterone-driven mammary carcinogenesis and triple negative breast cancer tumorigenesis has been well characterized. However, and despite evidences of the existence of RANK-positive hormone receptor (HR)- positive breast tumors, the implication of RANK expression in HR-positive breast cancers has not been addressed before. Here, we report that RANK pathway affects the expression of cell cycle regulators and decreases sensitivity to fulvestrant of estrogen receptor (ER)-positive (ER+)/HER2- breast cancer cells, MCF-7 and T47D. Moreover, RANK overexpressing cells had a staminal and mesenchymal phenotype, with decreased proliferation rate and decreased susceptibility to chemotherapy, but were more invasive in vivo. In silico analysis of the transcriptome of human breast tumors, confirmed the association between RANK expression and stem cell and mesenchymal markers in ER+HER2- tumors. Importantly, exposure of ER+HER2- cells to continuous RANK pathway activation by exogenous RANKL, in vitro and in vivo, induced a negative feedback effect, independent of RANK levels, leading to the downregulation of HR and increased resistance to hormone therapy. These results suggest that ER+HER2- RANK-positive cells may constitute an important reservoir of slow cycling, therapy-resistance cancer cells; and that RANK pathway activation is deleterious in all ER+HER2- breast cancer cells, independently of RANK levels.

 

Revista: Oncotarget

 

Linkhttps://www.oncotarget.com/article/27576/