Novos biomarcadores epigenéticos para deteção de cancro da bexiga em urina

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Novos biomarcadores epigenéticos para deteção de cancro da bexiga em urina

Sexta, 19.06.2020

Investigadores do Grupo de Epigenética e Biologia do Cancro do Centro de Investigação do IPO do Porto e da Universidade de Córdoba, em Espanha, publicaram recentemente na revista internacional Journal of Clinical Medicine os resultados de um dos seus mais recentes trabalhos, onde descrevem o desempenho de um novo teste não-invasivo que poderá ajudar na identificação de casos de cancro da bexiga numa população com outras patologias urinárias. Neste estudo, a metilação do promotor de dois genes – Vimentina e miR663a – foi combinada num único teste, numa abordagem em multiplex, onde este apresentou a capacidade de discriminar, em amostras de urina, doentes com cancro da bexiga de dadores saudáveis ou doentes com condições inflamatórias, com sensibilidades de teste de 87% e 80%, e especificidades de 86% e 75%, respetivamente. Quando comparado à citologia urinária, o painel VIMme-miR663ame detetou corretamente 87% dos casos analisados, enquanto a citologia previu apenas 41%. Adicionalmente, níveis elevados de metilação do miR663a foram indicativos de pior prognóstico, especialmente em doentes com carcinoma invasivo da bexiga. Com este trabalho, os autores concluíram que a implementação deste teste poderá ajudar na melhor estratificação dos doentes que necessitarão de exames confirmatórios mais invasivos, melhorando, em última análise, a relação custo-efetividade do diagnóstico e tratamento do cancro da bexiga. A análise dos níveis de metilação do miR663a poderá, ainda, fornecer informações relevantes para a monitorização da doença, identificando os doentes com maior risco de progressão.


Sara Monteiro-Reis (1), Ana Blanca (2), Joana Tedim-Moreira (1), Isa Carneiro (1,3), Diana Montezuma (1,3), Paula Monteiro (1,3), Jorge Oliveira (4), Luís Antunes (5), Rui Henrique (1,2,6), António Lopez-Beltran (7,8) e Carmen Jerónimo (1,6)

(1) Grupo de Epigenética e Biologia do Cancro – Centro de Investigação (CI-IPOP), Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil EPE (IPO Porto), e Porto Comprehensive Cancer Center (P.CCC), Porto, Portugal;

(2) Servicio de Urología, Hospital Universitario Reina Sofía, Instituto Maimónides de Investigación Biomédica de Córdoba, Espanha;

(3) Serviço de Anatomia Patológica, IPO-Porto;

(4) Clínica de Urologia, IPO-Porto;

(5) Serviço de Epidemiologia, IPO Porto & Grupo de Epidemiologia do Cancro – CI-IPOP;

(6) Departamento de Imunologia e Patologia Molecular, Instituto de Ciência Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) – Universidade do Porto, Portugal; (7) Departamento Anatomía Patológica, Facultad de Medicina, Universidad de Córdoba, Espanha;

(8) Centro Clínico Champalimaud, Lisboa, Portugal.

 

Abstract: Bladder cancer (BlCa) is a common malignancy with significant morbidity and mortality. Current diagnostic methods are invasive and costly, showing the need for newer biomarkers. Although several epigenetic-based biomarkers have been proposed, their ability to discriminate BlCa from common benign conditions of the urinary tract, especially inflammatory diseases, has not been adequately explored. Herein, we sought to determine whether VIMme and miR663ame might accurately discriminate those two conditions, using a multiplex test. Performance of VIMme and miR663ame in tissue samples and urines in testing set confirmed previous results (96.3% sensitivity, 88.2% specificity, area under de curve (AUC) 0.98 and 92.6% sensitivity, 75% specificity, AUC 0.83, respectively). In the validation sets, VIMme-miR663ame multiplex test in urine discriminated BlCa patients from healthy donors or patients with inflammatory conditions, with 87% sensitivity, 86% specificity and 80% sensitivity, 75% specificity, respectively. Furthermore, positive likelihood ratio (LR) of 2.41 and negative LR of 0.21 were also disclosed. Compared to urinary cytology, VIMme-miR663ame multiplex panel correctly detected 87% of the analysed cases, whereas cytology only forecasted 41%. Furthermore, high miR663ame independently predicted worse clinical outcome, especially in patients with invasive BlCa. We concluded that the implementation of this panel might better stratify patients for confirmatory, invasive examinations, ultimately improving the cost-effectiveness of BlCa diagnosis and management. Moreover, miR663ame analysis might provide relevant information for patient monitoring, identifying patients at higher risk for cancer progression.

Journal of Clinical Medicine

https://www.mdpi.com/2077-0383/9/2/605