Qual o papel da síndrome metabólica no desenvolvimento de cancro?

A síndrome metabólica é um importante problema de saúde com elevada prevalência nos países ocidentais, que se caracteriza por um conjunto de fatores de risco de doença cardiovascular. Inúmeros estudos epidemiológicos indicam que esta síndrome está também associada a um aumento do risco de desenvolvimento de cancro. Mas quais são os fatores que contribuem para esse aumento de risco? Para responder a essa pergunta, o nosso grupo de trabalho (composto por 5 estudantes do  4º ano da FMUP com o apoio das professoras Cristina Abreu e Raquel Soares) procedeu a um extenso trabalho de pesquisa bibliográfica. Apesar dos mecanismos desta associação não estarem completamente  esclarecidos, podemos afirmar que a obesidade, a hiperglicemia e a hiperinsulinemia estão claramente envolvidas. A obesidade visceral  conduz a um estado de inflamação crónica com produção de citocinas inflamatórias e infiltração de células imunes, promovendo um ambiente pró-tumorigénico. A implementação de estratégias eficazes na prevenção de cancro e o investimento na investigação para a descoberta de novos alvos terapêuticos são importantes medidas a adoptar para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com síndrome metabólica.

Autores e afiliações:

Fernando Miguel Mendonça^a;   Filipa Rodrigues de Sousa^a;  Ana Luísa Barbosa^a;  Sara Costa Martins^a,Raquel Lage Araújo^a;  Raquel Soares^b: Cristina Abreu^a

^a Department of Immunology, Faculty of Medicine of the University of Porto, Alameda Professor Hernâni Monteiro, Porto, 4200-319 Portugal

^b Department of Biochemistry (U38-FCT), Faculty of Medicine of the University of Porto, Alameda Professor Hernâni Monteiro, Porto, 4200-319 Portugal

Abstract:

Metabolic syndrome (MS) is characterized by a group of metabolic disturbances which lead to an enhanced risk of cardiovascular diseases and type 2 diabetes mellitus. MS constitutes a preoccupant issue with elevated prevalence in the western countries and is often related with cancer development. Elucidating the mechanisms linking these two pathologies is, therefore, essential to identify potential therapeutic molecular targets for cancer treatment in MS patients. The main goals of this review are, to identify the relation between MS and cancer development, handling specifically each one of the main players on this process: insulin and IGF system, estrogen, pro-inflammatory cytokines and others; and, given that colorectal cancer is one of the most prevalent types of cancer in MS patients, we intend to particularly highlight the mechanisms that promote colorectal cancer development in MS individuals. Finally, we will also focus on the clinical implications of the presented mechanisms on cancer therapy and care.

Revista: Metabolism

Link: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0026049514003011