Níveis circulantes de miR-210, miR-221 e miR-1233 como potenciais biomarcadores úteis em biopsias líquidas no Carcinoma de Células Renais

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Níveis circulantes de miR-210, miR-221 e miR-1233 como potenciais biomarcadores úteis em biopsias líquidas no Carcinoma de Células Renais

Segunda, 22.01.2018

O Carcinoma de Células Renais (CCR) é a neoplasia de urologia mais letal e representa um desafio para os clínicos, uma vez que a falta de testes de screening e monitorização da doença contribui para o facto de um terço dos doentes apresentarem doença metastática no momento do diagnóstico. Durante o desenvolvimento e progressão tumoral, as células neoplásicas são capazes de manipular o seu microambiente através da libertação de várias moléculas, nas quais se incluem os microRNAs (miRNAs). Os miRNAs são pequenas moléculas de RNA não codificantes, capazes de alterar a expressão genética por regulação pós-transcricional e, deste modo, encontram-se envolvidos em processos chave da atividade celular como a diferenciação e desenvolvimento, metabolismo, proliferação e a apoptose.

O objetivo do presente estudo, realizado no Centro de Investigação do IPOPorto (CI-IPOP), foi avaliar a aplicabilidade da monitorização em circulação dos miR-210, miR-218, miR-221 e miR-1233 como biomarcadores de prognóstico no CCR. Numa primeira fase observámos que os miRNAs eram excretados por linhas tumorais renais (786-O e RCC-FG2) comparativamente a uma linha celular renal normal (HKC-8). De seguida fomos validar estes resultados em amostras de plasma de doentes com CCR e indivíduos saudáveis e verificamos que, de facto, os doentes apresentavam níveis mais elevados de miR-210, miR-221 e miR-1233 no plasma. Observamos também que estes níveis mais elevados estavam associados à presença de metástases no momento do diagnóstico, tumores com dimensões superiores a 7 cm, e graus de Fuhrman mais elevados. Adicionalmente, também observamos que doentes com níveis elevados de miR-210, miR-221 e miR-1233 apresentavam uma menor sobrevivência e um maior risco de morte por CCR. Efetivamente, a adição da informação relativa à expressão plasmática destes miRNAs melhorou a capacidade de predizer a morte em 8,4% quando comparada a variáveis com significado prognóstico utilizadas atualmente na prática clínica. Em conclusão, estes resultados suportam a adição de perfis de miRNAs circulantes como biomarcadores de prognóstico na monitorização dos doentes com CCR.

 

Autores e Afiliações: Francisca Dias1,2,3, Ana Luísa Teixeira1,2, Marta Ferreira4, Bárbara Adem1,5, Nuno Bastos1,5, Joana Vieria6, Mara Fernandes1,2,5, Maria Inês Sequeira4, Joaquina Maurício4, Francisco Lobo7, António Morais7, Jorge Oliveira7, Klaas Kok8 and Rui Medeiros1,2,5,9

1 Molecular Oncology and Viral Pathology Group, IPO-Porto Research Center (CI-IPOP), Portuguese Oncology Institute of Porto (IPO-Porto), Porto, Portugal

2 Research Department, LPCC – Portuguese League Against Cancer (NRNorte), Porto, Portugal

3 ICBAS, Abel Salazar Institute for the Biomedical Sciences, University of Porto, Porto, Portugal

4 Medical Oncology Department of the Portuguese Oncology Institute of Porto (IPO-Porto), Porto, Portugal

5 FMUP, Faculty of Medicine, University of Porto, Porto, Portugal

6 Genetics Department of the Portuguese Oncology Institute of Porto (IPO-Porto), Porto, Portugal

7 Urology Department of the Portuguese Oncology Institute of Porto (IPO-Porto), Porto, Portugal

8 Department of Genetics, University Medical Center, Groningen, The Netherlands

9 CEBIMED, Faculty of Health Sciences, Fernando Pessoa University, Porto, Portugal

 

Abstract: Renal cell carcinoma (RCC) represents a challenge for clinicians since the nonexistence of screening and monitoring tests contributes to the fact that one-third of patients are diagnosed with metastatic disease and 20–40% of the remaining patients will also develop metastasis. Modern medicine is now trying to establish circulating biomolecules as the gold standard of biomarkers. Among the molecules that can be released from tumor cells we can find microRNAs. The aim of this study was to evaluate the applicability of cancer-related miR-210, miR-218, miR-221 and miR1233 as prognostic biomarkers for RCC. Patients with higher levels of miR-210, miR221 and miR-1233 presented a higher risk of specific death by RCC and a lower cancer-specific survival. The addition of miR-210, miR-221 and miR-1233 plasma levels information improved the capacity to predict death by cancer in 8, 4% when compared to the current variables used by clinicians. We also verified that hypoxia stimulates the release of miR-210 and miR-1233 from HKC-8, RCC-FG2 and 786-O cell lines. These results support the addition of circulating microRNAs as prognostic biomarkers for RCC.

 

Revista: Oncotarget

 

Link: http://www.oncotarget.com/index.php?journal=oncotarget&page=article&op=view& path[]=21733&pubmed-linkout=1