Flavonóides impedem a captação e o metabolismo da glicose em células de cancro da mama

Um grupo de investigadores do Departamento de Bioquímica da Faculdade de Medicina do Porto, do Centro de Investigação em Química e da Faculdade de Ciências da Nutrição e alimentação da Universidade do Porto demonstrou que a quercetina e a epigalocatequina galato, dois flavonóides naturais presentes no chá verde, atuam como antagonistas do metabolismo da glicose em células de cancro da mama.

Utilizando a linha celular MCF7 como modelo, os investigadores demonstraram que estes dois flavonóides impedem a captação e o metabolismo celular de glicose, açúcar fundamental para a sobrevivência das células tumorais, de uma forma independente da sinalização estrogénica. Os investigadores demonstraram ainda que este impedimento metabólico provoca uma diminuição na proliferação e na sobrevivência das células tumorais. Estes resultados sugerem que a quercetina e a epigalocatequina galato poderão ter interesse como agentes (ou adjuvantes) terapêuticos do cancro da mama.

Autores e afiliações:

Liliana Moreira (¹⁾, Isabel Araújo (¹⁾, Tito Costa (¹⁾, Ana Correia-Branco (¹⁾, Ana Faria (^{1, 2, 3)}, Fátima Martel (¹⁾ and Elisa Keating (¹*)

 ⁽¹⁾ Departmento de Bioquímica, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Alameda Prof. Hernâni Monteiro, 4200-319 Porto, Portugal

⁽²⁾ Centro de Investigação em Química, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Rua Campo Alegre, 4169-007 Porto, Portugal

⁽³⁾ Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, Rua Dr. Roberto Frias, 4200-465 Porto, Portugal

Abstract:

In this study we characterized ³H-2-deoxy-D-glucose (³H-DG) uptake by the estrogen receptor (ER)-positive MCF7 and the ER-negative MDA-MB-231 human breast cancer cell lines and investigated the effect of quercetin (QUE) and epigallocatechin gallate (EGCG) upon ³H-DG uptake, glucose metabolism and cell viability and proliferation.

In both MCF7 and MDA-MB-231 cells ³H-DG uptake was a) time-dependent, b) saturable with similar capacity (V_max) and affinity (K_m), c) potently inhibited by cytochalasin B, an inhibitor of the facilitative glucose transporters (GLUT), d) sodium-independent and e) slightly insulin-stimulated. This suggests that ³H-DG uptake by both cell types is mediated by members of the GLUT family, including the insulin-responsive GLUT4 or GLUT12, while being independent of the sodium-dependent glucose transporter (SGLT1).

QUE and EGCG markedly and concentration-dependently inhibited ³H-DG uptake by MCF7 and by MDA-MB-231 cells, and both compounds blocked lactate production by MCF7 cells. Additionally, a 4h-treatment with QUE or EGCG decreased MCF7 cell viability and proliferation, an effect that was more potent when glucose was available in the extracellular medium.

Our results implicate QUE and EGCG as metabolic antagonists in breast cancer cells, independently of estrogen signalling, and suggest that these flavonoids could serve as therapeutic agents/adjuvants even for ER-negative breast tumors.

Revista:

Experimental Cell Research

Link:

http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S001448271300195X