Associação Laço entrega bolsas de investigação na área do cancro da mama

A Associação Laço atribuiu este ano duas bolsas no valor de 25 mil euros cada às investigadoras Joana Paredes, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), e Diana Gaspar, do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

A equipa de Joana Paredes vai desenvolver um projecto sobre o cancro de mama «triplo-negativo», que é um tipo de tumor muito agressivo. Já o projecto de investigação da equipa liderada por Diana Gaspar é na área das metástases no cérebro, frequentes nas doentes com cancro da mama.

Segundo o comunicado da Laço, a equipa do Ipatimup propõe-se validar a utilização de um fármaco, já aprovado pela FDA para o tratamento de outras neoplasias, no tratamento do cancro da mama «triplo-negativo«. Esta hipótese baseia-se em resultados preliminares obtidos pelo grupo, que vêm demonstrar que este novo tratamento poderá ter sucesso em mais de metade destes cancros, uma vez que expressam um biomarcador que permitirá a seleção das doentes que potencialmente beneficiarão desta terapia. A validação desta alternativa terapêutica permitirá oferecer uma nova ferramenta a ser usada no tratamento de cancro da mama «triplo-negativo», o que deverá melhorar o prognóstico destas doentes.

A investigadora do IMM distinguida pela Laço pretende perceber de que forma as células de um cancro inicialmente confinado à mama conseguem passar pela corrente sanguínea, misturar-se com as células saudáveis presentes no cérebro e aí proliferar dando origem a metástases cerebrais. Segundo a Laço, o aspecto inovador deste projecto consiste na utilização de microscopia de força atómica (AFM) para estudar a interacção entre as células tumorais e as células saudáveis, desde que se libertam da mama, viajam pelo sangue e, por fim, se instalam no cérebro.

Lynne Archibald, Presidente da Associação Laço, explicou em comunicado que «está orgulhosa pelo apoio prestado à investigação do cancro da mama em Portugal» e que acredita no «sucesso dos projectos vencedores».