Associação Portuguesa de Investigação em Cancro
O aumento da expressão do MCT1 em hipóxia contribui para a manutenção do fenótipo glicolítico em glioblastomas
O aumento da expressão do MCT1 em hipóxia contribui para a manutenção do fenótipo glicolítico em glioblastomas

O glioblastoma é um tipo de tumor cerebral com uma elevada taxa de mortalidade, apresentando um mau prognóstico. Deste modo, é necessário um conhecimento mais aprofundado destes tumores no sentido da descoberta de novas e mais eficazes abordagens terapêuticas.
A reprogramação metabólica descrita em muitas células tumorais, é uma característica presente neste tipo de tumores, onde se verifica um aumento do consumo de glucose e produção de ácido lático, associado este último a uma regulação da expressão do seu transporte, através dos transportadores de monocarboxilatos (MCTs).
Os MCTs têm sido estudados e explorados como alvos terapêuticos no cancro, constituindo uma estratégia promissora no tratamento de diversos tipos tumorais. Os glioblastomas apresentam uma grande heterogeneidade possuindo uma elevada taxa de necrose, associada a presença de hipóxia. Neste estudo verificamos que há um aumento da expressão do MCT1 na presença de hipóxia em amostras de doentes com glioblastoma, assim como em modelos de estudo “in vitro” e “in vivo” deste tipo tumoral. Os estudos realizados permitiram verificar que a elevada expressão de MCT1 em condições de hipóxia confere um fenótipo mais agressivo e promove sobrevivência das células tumorais, sustentando o fenótipo glicolítico destas células. Os resultados obtidos neste trabalho apontam para a relevância do MCT1 como potencial alvo para o tratamento de glioblastomas, constituindo uma promissora abordagem terapêutica, com vista a melhorar o prognóstico e qualidade de vida destes doentes.
Autores e afiliações:
Vera Miranda-Gonçalves1,2, Sara Granja1,2, Olga Martinho1,2,3, Mrinalini Honavar4,Marta Pojo1,2, Bruno M. Costa1,2, Manuel M. Pires5, Célia Pinheiro6, Michelle Cordeiro7, Gil Bebiano7, Paulo Costa8, Rui M. Reis1,2,3, Fátima Baltazar1,2
1Life and Health Sciences Research Institute (ICVS), School of Health Sciences, University of Minho, Braga, Portugal
2ICVS/3B’s-PT Government Associate Laboratory, Braga/Guimarães, Portugal
3Molecular Oncology Research Center, Barretos Cancer Hospital, Barretos, São Paulo, Brazil
4Department of Pathology, Hospital Pedro Hispano, Matosinhos, Portugal
5Unit of Neuropathology, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
6Department of Neurosurgery, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
7Hospital Dr. Nélio Mendonça, Funchal, Madeira, Portugal
8Radiotherapy Service, Centro Hospitalar do Montijo, Setúbal, Portugal
Abstract:
Background: Glioblastomas (GBM) present a high cellular heterogeneity with conspicuous necrotic regions associated to hypoxia, which is related to tumor aggressiveness. GBM tumors exhibit high glycolytic metabolism with increased lactate production that is extruded to the tumor microenvironment through monocarboxylate transporters (MCTs). While hypoxia-mediated regulation of MCT4 has been characterized, the role of MCT1 is still controversial. Thus, we aimed to understand the role of hypoxia in the regulation of MCT expression and function in GBM, MCT1 in particular.
Methods: Expression of hypoxia- and glycolytic-related markers, as well as MCT1 and MCT4 isoforms was assessed in in vitro and in vivo orthotopic glioma models, and also in human GBM tissues by immunofluorescence/immunohistochemistry and Western blot. Following MCT1 inhibition, either pharmacologically with CHC (α-cyano-4-hydroxynnamic acid) or genetically with siRNAs, we assessed GBM cell viability, proliferation, metabolism, migration and invasion, under normoxia and hypoxic conditions.
Results: Hypoxia induced an increase in MCT1 plasma membrane expression in glioma cells, both in in vitro and in vivo models. Additionally, treatment with CHC and downregulation of MCT1 in glioma cells decreased lactate production, cell proliferation and invasion under hypoxia. Moreover, in the in vivo orthotopic model and in human GBM tissues, there was extensive co-expression of MCT1, but not MCT4, with the GBM hypoxia marker CAIX.
Conclusion: Hypoxia-induced MCT1 supports GBM glycolytic phenotype, being responsible for lactate efflux and an important mediator of cell survival and aggressiveness. Therefore, MCT1 constitutes a promising therapeutic target in GBM.
Revista: Oncotarget