Efeito sinérgico dos polimorfismos genéticos EGF+61G>A e TGFB+869T>C no desenvolvimento/progressão do carcinoma de células renais: impacto nos níveis circulantes dos microRNAs-7, -221 e -222

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Efeito sinérgico dos polimorfismos genéticos EGF+61G>A e TGFB+869T>C no desenvolvimento/progressão do carcinoma de células renais: impacto nos níveis circulantes dos microRNAs-7, -221 e -222

Friday, 12.06.2015

O carcinoma de células renais (CCR) é um emergente problema de saúde a nível mundial em consequência da sua elevada taxa de mortalidade, apresentando um comportamento biológico heterogéneo. Este comportamento poderá ser consequência de desequilíbrios no microambiente celular induzidos por polimorfismos genéticos funcionais responsáveis por diferente biodisponibilidade dos fatores de crescimento EGF e TGFβ1, centrais na ativação de cascatas de sinalização envolvidas na proliferação, angiogénese e invasão celular. Cumulativamente, alterações na ativação destas vias de sinalização poderão ter como consequência a desregulação de microRNAs (miRNAs) envolvidos no estabelecimento do nicho pré-metastático. Este trabalho, realizado em colaboração por várias instituições de investigação (IPO-Porto, ICBAS-UP e IPATIMUP) e publicado na Plos One, avaliou o efeito sinérgico dos SNPs funcionais EGF+61G>A e TGFB+869T>C  na progressão do CCR e sua influência nos níveis plasmáticos dos miR-7, -221 e -222. Observamos que indivíduos portadores de um perfil genético de intermédia/alta proliferação celular apresentam um menor intervalo livre-de-doença e uma menor sobrevivência global comparativamente aos indivíduos portadores do perfil genético de baixa proliferação. Adicionalmente, observamos também que estes indivíduos apresentam níveis plasmáticos aumentados dos miRNA-7, -221 e -222, o que permitiu colocar a hipótese da interferência da via de sinalização EGF/EGFR no mecanismo de progressão do CCR, explicando o pior prognóstico deste subgrupo. A caracterização genética individual baseada neste perfil genético poderá ser uma estratégia promissora na definição de subgrupos de risco de progressão de CCR com maior potencial para a realização de terapias anti-EGFR, sendo que a monitorização dos níveis plasmáticos de miRNA-7, -221 e -222 poderá ser um útil marcador de resposta à terapia anti-EGFR.

 

Autores e Afiliações:

Ana L Teixeira 1,2,3, Francisca Dias 1,2,3, Marta Ferreira 4, Mónica Gomes 1,2,3, Juliana I Santos 1,2, Francisco Lobo 5, Joaquina Maurício 4, José Carlos Machado 6,7, Rui Medeiros 1,2,3,8

1 Molecular Oncology Group & Virology Pathology, Portuguese Institute of Oncology of Porto, Porto, Portugal

2 Abel Salazar Institute for the Biomedical Sciences (ICBAS) of University of Porto, Porto, Portugal

3 Research Department, Portuguese League Against Cancer (NRNorte), Porto, Portugal

4 Oncology Department, Portuguese Institute of Oncology of Porto, Porto, Portugal

5. Urology Department, Portuguese Institute of Oncology of Porto, Porto, Portugal

6. Institute of Molecular Pathology and Immunology of the University of Porto (IPATIMUP), Porto, Portugal

7. Faculty of Medicine- University of Porto, Porto, Portugal

8. Faculty of Health Sciences of Fernando Pessoa University, Porto, Portugal

 

Abstract:

The epidermal growth factor (EGF) is responsible for the activation of intracellular signal transducers that act on cell-cycle progression, cell motility, angiogenesis and inhibition of apoptosis. However, cells can block these effects activating opposite signaling pathways, such as the transforming growth factor beta 1 (TGFβ1) pathway. Thus changes in expression levels of EGF and TGFB1 in renal cells might modulate the renal cell carcinoma (RCC) development, in consequence of changes in regulatory elements of signaling networks such as the microRNAs (miRNAs). Our purpose was to investigate the synergic role of EGF+61G>A and TGFB1+869T>C polymorphisms in RCC development. Genetic polymorphisms were studied by allelic discrimination using real-time PCR in 133 RCC patients vs. 443 healthy individuals. The circulating EGF/EGFR-MAPK-related miR-7, miR-221 and miR-222 expression was analyzed by a quantitative real-time PCR in plasma from 22 RCC patients vs. 27 healthy individuals.

The intermediate/high genetic proliferation profile patients carriers present a significantly reduced time-to-progression and a higher risk of an early relapse compared with the low genetic proliferation profile carriers (HR= 8.8, P= 0.038) with impact in a lower overall survival (Log rank test, P=0.047).

The RCC patients presented higher circulating expression levels of miR-7 than healthy individuals (6.1-fold increase, P<0.001). Moreover, the intermediate/high genetic proliferation profile carriers present an increase in expression levels of miR-7, miR-221 and miR-222 during the RCC development and this increase is not observed in low genetic proliferation profile (P<0.001, P=0.004, P<0.001, respectively).

The stimulus to angiogenesis, cell-cycle progression and tumoral cells invasion, through activation of EGFR/MAPK signaling pathway in intermediate/high proliferation profile carriers is associated with an early disease progression, resulting in a poor overall survival. We also demonstrated that the intermediate/high proliferation profile is an unfavorable prognostic factor of RCC and miR-7, miR-221 and miR-222 expressions may be useful phenotype biomarkers of EGFR/MAPK activation.

 

Revista: Plos One

 

Link: http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0103258