Associação Portuguesa de Investigação em Cancro
Investigador português premiado pela Associação Americana para a Investigação do Cancro
Investigador português premiado pela Associação Americana para a Investigação do Cancro

O investigador Noel Miranda, que tem centrado o seu trabalho no tratamento do cancro colo-rectal, foi distinguido pela Associação Americana para a Investigação do Cancro com uma bolsa no valor de 93 mil euros. Actualmente a fazer investigação no Centro Médico da Universidade de Leiden (Holanda), este investigador de 32 anos tem agora a oportunidade de prosseguir os estudos nesta área.
«É uma contribuição preciosa para prosseguir a minha carreira, adquirir independência e estabelecer o meu próprio grupo de investigação no futuro. Acarreta também um sentimento de grande responsabilidade, uma vez que o financiamento é assegurado através das contribuições de (ex-)doentes, familiares e outras pessoas que se dedicaram a esta causa», explica o investigador.
A investigação de Noel Miranda tem como principal objectivo o desenvolvimento de estratégias que estimulem o sistema imunitário de doentes com cancro colo-rectal de forma a que as células tumorais possam ser identificadas e eliminadas pelo mesmo. O sistema imunitário tem a capacidade de reconhecer proteínas anormais produzidas pelas células cancerosas. Contudo, nos pacientes, nem sempre se verifica uma resposta imunitária competente durante o desenvolvimento de cancro colo-rectal. O estudo propõe, assim, utilizar as proteínas que se encontram modificadas nas células tumorais de cada cancro/paciente para estimular uma resposta imunitária personalizada contra as mesmas, algo semelhante ao que é feito através da vacinação contra certas doenças.
O trabalho agora premiado, intitulado «Desenvolvimento de imunoterapias personalizadas para doentes com cancro colo-rectal em estádio avançado», é dirigido a indivíduos que desenvolvem este tipo de cancro antes dos 50 anos. Apesar de a doença ser maioritariamente diagnosticada depois desta idade, tem-se observado um aumento da incidência em pessoas mais jovens, principalmente devido às alterações verificadas no estilo de vida dessa população (dieta, sedentarismo, etc).
«Esta faixa etária não é incluída em programas de rastreio para a deteção precoce de cancro colo-rectal, sendo a doença diagnosticada, muitas vezes, em estádios avançados. Por isso, o desenvolvimento de terapias inovadoras é especialmente importante para este grupo», sublinha Noel de Miranda em comunicado da Universidade do Minho.
Noel de Miranda é licenciado em Biologia Aplicada na Escola de Ciências da UMinho, ingressou no Centro Médico da Universidade de Leiden (Holanda) para desenvolver um doutoramento relacionado com o cancro colo-rectal e realizou depois o pós-doutoramento no Instituto Karolinska (Suécia). Actualmente é investigador no Centro Médico da Universidade de Leiden, onde se dedica ao estudo de genética e imunologia em cancro colo-rectal.