Prémio L’Oreal Mulheres na Ciência distingue investigação na área do cancro

A investigação na área dos exossomas valeu a Sónia Melo, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), a distinção na 11.ª edição das «Medalhas de Honra L‟Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência», galardão que premeia anualmente os novos talentos da ciência portuguesa no feminino.

Sónia Melo integra o trio de jovens investigadoras premiadas e foi distinguida com um projeto que visa aprofundar o papel dos exossomas na dinâmica e progressão dos tumores heterogéneos. No fundo, esta investigadora pretende verificar se os exossomas permitem construir um retrato pormenorizado das várias células existentes num cancro. E como o acesso aos exossomas é ilimitado, através da circulação sanguínea, os clínicos poderão fazer biópsias de uma forma muito menos invasiva (através de uma análise ao sangue) , e, consequentemente, mais frequentes. Desta forma será possível diagnosticar e monitorizar a evolução do cancro, incluindo a sua disseminação para outros tecidos através da criação de metástases e resistência às terapias. O objectivo final é conseguir aplicar tratamentos mais dirigidos a cada paciente em diferentes fases de progressão da doença.

As outras duas cientistas premiadas com as «Medalhas de Honra L'Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência» foram Raquel Ferreira, investigadora do Centro de Investigação em Ciências da Saúde, na Universidade da Beira Interior, com um projecto que pretende abrir novas vias ao tratamento do AVC, e Vânia Calisto, do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), da Universidade de Aveiro, que pretende desenvolver adsorventes capazes de remover os resíduos de medicamentos encontrados nas águas tratadas pelas ETARs.

Cada uma das premiadas recebeu 20 mil euros, destinados à continuação dos seus projectos de investigação.