Para além do reconhecido papel da vascularização dos tumores, entrega de oxigénio e nutrientes, na progressão tumoral, esta apresenta outros mecanismos. Em particular no glioblastoma, um tumor cerebral altamente mortal, a vascularização também contribui para escapar ao sistema imunológico, modular o ambiente tumoral e estimular células tumorais intrinsecamente resistentes aos tratamentos, que se encontram associadas à baixa sobrevida dos pacientes. Desta forma, estão a ser desenvolvidos modelos in vitro de glioblastoma inovadores, neovascularizados.
Cumprindo o seu objetivo de promover a investigação em cancro em Portugal, nomeadamente através da recolha de indicadores e disseminação de resultados, bem como da análise e proposta de soluções para os constrangimentos existentes na investigação nacional em Oncologia, a ASPIC, com o apoio da Fundação "la Caixa", Fundação Calouste Gulbenkian e Novartis, promoveu a recolha e análise de dados sobre investigação e inovação em cancro em Portugal nos últimos 10 anos.
Tem-se verificado um aumento recente do número de mortes por cancro do fígado a nível mundial, sobretudo daqueles que estão associados ao consumo excessivo de álcool e ao fígado gordo não alcoólico (FGNA). O FGNA associa-se fortemente à obesidade e à diabetes que têm estado a aumentar muito significativamente nos últimos anos.
Authors and Affiliations: Carlos F. Guimarães1,2, Luca Gasperini1,2, Rui L. Reis1,2
13B’s Research Group—Biomaterials, Biodegradables and Biomimetics, Headquarters of the European Institute of Excellence on Tissue Engineering and Regenerative Medicine, University of Minho, Barco, Guimarães, Portugal
2ICVS/3B’s—PT Government Associate Laboratory, Braga/Guimarães, Portugal
Apesar de todos os avanços na investigação da área do cancro e respetivos tratamentos, esta doença continua a ser das mais desafiantes que a sociedade enfrenta. Enquanto inicialmente a investigação se focava apenas nas células tumorais, hoje sabe-se que o microambiente que as rodeia tem um grande impacto no progresso da doença e no resultado de tratamentos. Dessa forma, é necessário ter modelos capazes de integrar a complexidade tridimensional do cancro, desde propriedades mecânicas do tecido, arquitetura, variabilidade celular, entre outros.