Mucosectomia gástrica endoscópica como tratamento de 1ªlinha nas neoplasias gástricas precoces

send to a friend share this

Mucosectomia gástrica endoscópica como tratamento de 1ªlinha nas neoplasias gástricas precoces

Monday, 28.07.2014

Num estudo realizado no IPO-Porto que representou a 1ªsérie europeia de seguimento a longo prazo de doentes submetidos a mucosectomia gástrica, envolvendo 162 doentes e 195 neoplasias gástricas precoces, mostrou-se que cerca de 90% de neoplasias gástricas precoces podem ser eficazmente curadas por mucosectomia gástrica sem a necessidade de intervenção cirúrgica. Mais importante ainda esta técnica não comprometeu a sobrevida global dos doentes já que em mais de 10 anos de seguimento nenhum doente faleceu por cancro gástrico. Em relação ao perfil de segurança  mostrou-se uma técnica muito segura, com efeitos adversos a ocorrerem em 10% dos procedimentos,  sendo que apenas 1% dos efeitos adversos foram graves justificando cirurgia, isto apesar de a maioria dos doentes incluídos apresentarem comorbilidades importantes.

Estes resultados reforçam a ideia que perante o diagnóstico de uma neoplasia gástrica precoce deve-se considerar uma avaliação endoscópica precisa num centro de referencia antes de se orientar o doente para cirurgia. Para além disso, permite-nos dizer que a mucosectomia gástrica deve ser considerada uma primeira linha de tratamento de neoplasias gástricas precoces também no ocidente, desde que realizada em centros de referência com Gastrenterologistas habilitados para a realização desta técnica.

 

Autores e Afiliações:

Pedro Pimentel-Nunes 1,2, 3, Francisco Mourão 3, Nuno Veloso 1,3, Luís Pedro Afonso 4, Manuel Jácome 4, Luís Moreira-Dias1, Mário Dinis-Ribeiro 1,3

1 Department of Gastroenterology, Portuguese Oncology Institute – Porto, PORTUGAL;

2 Department of Physiology, Porto Faculty of Medicine, PORTUGAL;

3 CINTESIS/ Biostatistics and Medical Informatics, Porto Faculty of Medicine, PORTUGAL;

4 Department of Pathology, Portuguese Oncology Institute – Porto, PORTUGAL;

 

Abstract:

Background: Even though endoscopic resection for the treatment of gastric superficial neoplastic lesions is an established first line of treatment in Eastern countries, its role is yet to be considered in current Western guidelines mostly due to lack of long-term studies.

Objective: To describe long-term outcomes for endoscopic mucosal resection (EMR) and endoscopic submucosal dissection (ESD) in the treatment of gastric neoplasias in a Western country.

Design: Single centre retrospective cohort of 162 consecutive patients (195 gastric superficial neoplasias, 54 EMR, 141 ESD) followed up during 3.2 years (median) from March 2003 to April 2013.

Results: Resection was feasible in 97% with en bloc and R0 resection rates of 85% (94% ESD vs 61% EMR, p=0.001) and 81% (91% ESD vs 54% EMR,p=0.001), respectively. Recurrence rate was 7% associated with Rx/R1 resection after EMR/ESD (OR=5.8; 3.9-8.8). Curative resection was possible in 86% after one and in 91% after two procedures. Adverse events were observed in 13% of cases: 8% bleeding and 2% of perforations (EMR=ESD). Surgery was performed in 6%: 5% after non-curative endoscopic resection and 1% due to complications. Metachronous lesion detection rate was 1-1.5% per patient year. Cancer specific survival rate was 100% at follow-up.

Conclusions: For the first time in a Western country results are described to be similar to those in East. Endoscopic resection, particularly ESD, is a highly effective treatment for gastric superficial lesions, without compromising cancer survival. Endoscopic resection should be considered a first line of treatment for gastric neoplasias also in Western countries.

 

Revista: Endoscopy

 

Link: https://www.thieme-connect.com/DOI/DOI?10.1055/s-0034-1377348